quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Antigamente associávamos o asfalto ao progresso.

Hoje o descaso com ruas e rodovias nos faz entender que estamos em retrocesso.
Imagino em algum tempo não muito distante, mesmo com toda tecnologia à nossa disposição, retrocedemos numa escala assustadora.
A quem recorrer?? Ao município, ao estado, ao país? Não há empenho em nenhum setor, estão muito ocupados criando teias para desfocar o caos queatravessamos.
Lembro do filme Mad Max, um clássico visionário, que retratava um futuro caótico na ficção, ficção essa que está a um passo da realidade atual. Violência gratuita, perda de valores que cultivamos desde os primórdios rumo à evolução. Já não precisamos visitar museus da pré-história ou imaginarmos como seria viver nesta era.
Hoje o combustível é quase ouro, deixaremos nosso veículo em casa pois não é vantagem pagar, pagar e pagar para usufruir, associada às estradas sem condição de tráfego.
O carro, ferramenta hoje de trabalho e lazer, volta à ser artigo de luxo, ou seja, os que mais batalham honestamente, serão os mais prejudicados. E adivinhem quem ficará a salvo desta catástrofe?
Sim, eles! A quem entregamos a licença poética para roubar.
Acorda, que o espetáculo acabou e está na hora de recolher a lona e o picadeiro.
Sou mulher, filha, mãe, e acima de tudo cidadã indignada que cumpre com suas obrigações e luta para não perder a identidade e a esperança

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Liberdade

  • Hoje eu me liberto das palavras agressivas que carrego comigo por muito tempo. Eu não sou o meu passado. Eu não sou a opinião dos outros. Eu não estou tão longe que não possa ser resgatada. Eu sou forte. Eu sou resiliente. Eu sou um sobrevivente. Hoje eu paro de olhar a distância que preciso percorrer e olho para o longe que já consegui chegar.
  • Hoje eu me liberto da culpa sobre minhas escolhas pobres e as oportunidades que perdi. Escolher me repreender todo dia por coisas que eu não posso mudar está apenas roubando os meus dias. Aqueles que eu prejudiquei já me perdoaram. Está na hora de eu perdoar a mim mesmo. Está na hora de amar a mim mesmo.
  • Hoje eu me liberto da ideia errada de que o que aconteceu foi minha culpa. Não foi minha culpa. Eu foi a vítima ali, mas eu não vou continuar sendo a vítima agora. Eu mereço a felicidade… a paz… e a liberdade. Eu não vou deixar ninguém tirar outro dia da minha vida preciosa.
  • Hoje eu me liberto da dor e da insegurança. Eu não vou deixar isso ditar a minha vida. Eu não vou deixar isso me impedir de fazer o que o meu coração está pedindo. Talvez eu só consiga segurar essa certeza por cinco minutos. Talvez minhas mãos fiquem tremendo. Talvez minha voz saia baixinho, mas hoje eu vou levar minha história… minha paixão… minha arte… minhas ideias para o mundo e para a luz.
  • Hoje eu me liberto do julgamento. Eu vou treinar os meus olhos para reconhecer que eu estou fazendo a coisa certa. Eu vou me honrar quando eu estragar tudo. Afinal eu sou apenas um ser humano. E me horando, eu honro as pessoas que eu amo. Eu não quero passar o tempo tão ocupada me julgando que fico impossibilitada de amar a mim mesma.
  • Hoje eu me liberto da pressão de ser perfeita. Perfeição não é possível e eu estou destruindo meu espírito por tentar manter essa fachada. Hoje eu vou deixar alguém conhecer o meu verdadeiro eu. Eu vou admitir minhas verdades mais duras, minhas cicatrizes mais doloridas, até se essa pessoa for eu mesma. Hoje eu vou parar de gastar tanto tempo polindo o lado de fora e começar a curar o lado de dentro.
  • Hoje eu me liberto da necessidade de ter tudo resolvido. As coisas não estão onde eu gostaria que estivessem, mas isso não significa que nunca vão estar. Hoje eu renuncio a necessidade de criar um resultado específico e confio que tudo vai dar certo na hora certa. Talvez vai ser ainda melhor do que eu planejei.
Por Cris Leão, mas sinto como se fosse minha autoria, tamanha sintonia de sentimento.

domingo, 6 de setembro de 2015

Believe

Quando a gente quer muito uma pessoa, a gente se engana. A gente tenta encaixar aquele outro ser humano em posições que nunca foram dele. A gente clama ao universo para um sim em algo que já começou destinado ao não. A gente quer, e a gente bate o pé e faz pirraça feito criança para conseguir. Mas um dia a gente percebe que amor tem que ser uma via de mão dupla. Amor tem que ser fácil, tem que ser bom, tem que ser complemento, tem que ser ajuda. Amor que é luta é ego. Amor que rebaixa é dor. E então a gente aprende que amor que não é amor, não encaixa, não orna, não serve.
Fique com alguém que não tenha conversa mole. Que não te enrole. Que não tenha meias palavras. Que não dê desculpas. Que não bote barreiras no que deveria ser fácil e simples. Fique com alguém que saiba o que quer e que queira agora.
Fique com alguém que te assuma. Que ande com orgulho ao seu lado. Que te apresente aos pais, aos amigos, ao chefe, ao faxineiro da firma. Que segure a sua mão ao andar na rua. Que não tenha medo de te olhar apaixonadamente na frente dos outros. Fique com alguém que não se importe com os outros.
Fique com alguém que não deixe existir zonas nebulosas. Que te dê mais certezas do que perguntas. Que apresente soluções antes mesmo dos questionamentos aparecerem. Fique com alguém que te seja a solução dos problemas e não a causa.
Fique com alguém que não tenha traumas. Que não tenha assuntos mal resolvidos. Que saiba que para ser feliz, tem que deixar o passado passar. Fique com alguém que só tenha interesse no futuro e que queira esse futuro com você.
Fique com alguém que te faça rir. Que te mostre que a vida pode ser leve mesmo em momentos duros. Que seja o seu refúgio em dias caóticos. Fique com alguém que quando te abraça, o resto do mundo não importa mais.
Fique com alguém que te transborde. Que te faça sentir que você vai explodir de tanto amor. Que te faça sentir a pessoa mais especial do universo. Fique com alguém que dê sentido à todos os clichês apaixonados.
Fique com alguém que faça planos. Que veja um futuro ao seu lado. Que te carregue para onde for. Que planeje com você um casamento na praia, uma casa no campo e um labrador no quintal. Fique com alguém que apesar de saber que consegue viver sem você, escolhe viver com você.
Fique com alguém que não se esconda. Que não te esconda. Que cada palavra seja direta e clara. Que não dê brechas para o mal entendido. Que faça o que fala e fale o que faça. Fique com alguém cujas palavras complementam suas ações.
Fique com alguém que te admire. Que te impulsiona pra frente. Que te apoie quando ninguém mais acreditar em você. Que te ajude a transformar sonhos em realidade. Fique com alguém que acredite que você é capaz de tudo aquilo que queira.
Fique com alguém que você não precise convencer de que você vale a pena. Que não tenha dúvidas. Fique com alguém que te olhe da cabeça aos pés e saiba, sem hesitar, que é você e só você.
Fique com alguém que te faça olhar para trás e agradecer por não ter dado certo com ninguém antes. Fique com alguém que faça não existir mais ninguém depois.

domingo, 3 de maio de 2015

Now Time

Nossa! Que saudade de escrever!!! Minha última postagem foi no ano passado...passado...que sugestivo! Nada disso, passado é passado, se foi, não volta.
Falar sobre o futuro? Como falar de algo que não aconteceu? Acho que até Deus escreve nossa história dia a dia.
Sobra o agora, isso mesmo, a vida acontece "now time"!
Então vamos dar uma volta na vida pra ver o que ela oferece?
Tanta gente aí esperando ansiosamente para ver o que a vida oferece, só que não sai de casa, e quando sai, não tem o olhar curioso nem o espírito aberto para receber o que ela traz.
Infelizmente, já não caminhamos pela rua, a não ser num ritmo acelerado, com trajeto definido ou com o intuito de queimar calorias. Buscamos o  melhor condicionamento físico, o que é um belo hábito, mas, flanar, não flanamos mais. As ruas estão esburacadas, o trânsito barulhento e selvagem.
Penso que mesmo com todos inconvenientes, é preciso dar uma chance à vida, assim colocando-nos à disposição para que ela nos surpreenda.
Ao sair sem pressa, percebemos a gentileza de onde não se espera, de um desconhecido no trânsito ou na fila de um supermercado. É assim que acontece o tempo todo, quando estamos receptivos e sem pressa.
Um novo amor pode surgir de uma caminhada tranquila numa rua qualquer. Uma nova proposta de trabalho surge de um esbarrão de um ex-chefe e mudar tua vida num piscar de olhos. Reencontrar pessoas que há muito tempo não víamos e de repente resgatamos laços maravilhosos.
Na rua, vimos a moda, um jeito de se vestir único. Conversas com pessoas desconhecidas numa fila de espera, que no passar de minutos percebemos algo em comum.
Aceitamos folhetos na rua, mesmo sem ler e jogamos no lixo, e não no chão, somente para fazer jus ao trabalho honesto de quem entrega.
Bate de novo a vontade de ter um cachorro, mesmo que ele destrua as tão amadas plantas.
Observamos fachadas de casarões antigos e pensamos o quanto legal seria este cenário para fotos de uma amiga que se descobriu recentemente apaixonada por fotografia. Passamos por uma livraria e damos uma olhadinha num livro que nos seduz.
Se continuasse apenas pensando, sem dar uma chance à vida, nada disso aconteceria.

domingo, 12 de outubro de 2014

Eterna criança

A vida é assim, um dia acordamos e não somos mais aquela criança.
O tempo...sempre ele!
De que lado ele joga? Sei lá, mas penso que dele só temos o que interessa, a pressa.
Pressa de aproveitar o tempo que não temos, sempre na expectativa de mais. Uma ânsia que vem não sei de onde. E nessa maratona muitas vezes,  esquecemos de curtir as preciosidades da vida.
Vida...ah vida! Essa menina linda que tem a missão de nos surpreender sempre, mostrando nosso poder de superação.
Quais os sonhos de uma criança? Não temos dimensão deles, mas os mais malucos com certeza. Quem já não sonhou com a casa de doces de João e Maria? A inocência nos faz isso, perceber que tudo é possível. Talvez fossemos adultos melhores se conseguíssemos esquecer a bruxa e perceber somente os doces, vai saber?
Ser mãe não estava em meus sonhos de criança, mesmo quando brincava com minhas bonecas.
Mas hoje meus filhos crescem e refletem que minha vida está neles, é como uma semente boa germinando, é mágico. É a  vida tomando forma, moldando um caráter, simplesmente deslumbrante. É aquela sensação de acompanhar o feijão germinando no algodão, quem já não fez isso na escola?
É...surpresas da vida... ou presentes das vida? Sei lá, acho que prefiro coisas boas da vida!
Adoro me descobrir e me surpreender. Minha mansidão não tem fim, mas confesso que adoro uma tempestade.
Altruísta sou eu. Parece bom? Talvez seja, visto que filantropia é meu lema, mas confesso querer ser mais egoísta.  Quem escreveu as regras de como ser feliz? Algum idiota infeliz, aposto.
Para isso não precisamos de regras e sim de bom senso e sensibilidade. Sempre pensei somente no que é certo e errado, mas hoje sei que existe um meio termo...e acreditem, é neste ínterim que está a felicidade.
Continuo aquela criança, mas agora com mais sonhos, mais lembranças e muito mais saudades.

sábado, 9 de agosto de 2014

A herança de um PAI

A nossa história começou com a ideia do meu nascimento, quando em meio à muitas dificuldades de uma família de muitos filhos, eu chegaria em sétimo lugar com o nome de Helena, nome escolhido por ele baseado na mitológica Helena de Tróia.
Minhas lembranças são profundas e sempre doces com significados que vão muito além. 
Poderia ficar aqui citando inúmeras situações simples, cotidianas, mas para retratar nossa relação, basta algumas.
Lembro-me do carinho e paciência em explicar os meus "porquês" (que eram muitos...), de ensinar como usar minha memória a meu favor, como ser cuidadosa com minhas coisas dando o devido valor, não tanto ao custo mas ao empenho utilizado no ter.
Lembro-me também do seu empenho em cuidar pessoalmente do meu material escolar, revisando meus cadernos, apontando meus lápis, achando uma alternativa criativa para reaproveitar minha pasta para o próximo ano, e isto tudo à noite, quando depois de um dia cansativo de trabalho e estudo ainda o fazia.
Não posso deixar de lado um episódio que traz uma das maiores lições da minha vida, o da superação. 
Fui uma criança extremamente tímida, de não falar mesmo e ainda por cima me esconder. Mesmo assim ele me arrastava incansavelmente como companheira em eventos do trabalho. 
Um dia resolveu que eu faria ballet. Fui bem, até saber que todo aquele treino seria mostrado para o público. Aos seis anos tive a primeira e apavorante apresentação pública, e agora Helena?
Pois bem, o tema era da Bailarina e o soldadinho se chumbo...e eu seria um dos muitos soldadinhos. Lembro-me do uniforme que era padrão, mas o chapéu deveria ser adquirido separadamente. Não lembro por qual motivo ele quis fazer o tal chapéu....e o fez com toda sua habilidade.
Quando vi o chapéu pronto, fiquei muito orgulhosa e certa que seria um sucesso. Chegado o dia da apresentação qual a minha surpresa...o meu era o mais lindo e perfeito, o legítimo chapéu do soldadinho da história, mas o único diferente, e muito diferente. O pavor tomou conta de mim e lá veio ele com a sabedoria de sempre, me convencendo a não desistir só por ter o chapéu mais lindo de todos e de não pensar que só porque o meu era diferente era o modelo errado. E assim foi a primeira de muitas apresentações.
De tudo ele comigo tentava...bicicleta, patins (nunca aprendi muito bem), persistente era ele.
Já com meus 8 anos, tive minha primeira experiência de andar de ônibus pela cidade, só que sozinha para desespero da minha mãe, e advinha quem foi o mentor? Ele, é claro. Me colocou no ônibus e me orientou onde descer e o que fazer caso me perdesse...e eu me sentindo segura, independente e capaz...fui. Lembro-me perfeitamente do meu sentimento de liberdade deste dia. Poucos anos atrás ele confessa que jamais me deixou sozinha no ônibus e que me acompanhou escondido, me observando até meu destino.
Certa vez, tínhamos uma horta em casa e todos os domingos era dia da terapia com a terra e lá estava eu e ele. Hoje quando sinto o cheiro da rúcula, recordo daqueles domingos...
Ele sempre incentivou a pessoa que sou hoje, através da sua presença incansável, dos mínimos cuidados ao longo da minha infância, do carinho, da atenção, da proteção sem super proteção.
Dele além de todas essas doces lembranças, herdo também sua sensibilidade, bom senso e criatividade.
Sou tão grata por tudo, mas principalmente grata à Deus por te fazer o meu PAI.
Fico muito feliz ao descobrir que esta essência paternal ultrapassa gerações e padrões. Que em meio à tanto desamor ainda exista esta capacidade de doação, de aprendizado mútuo.
O fotógrafo Timothy Archiebald é um dos mais lindos exemplos disso. Ele mostra que mesmo perante à frustração de não conseguir mudar a realidade de seu filho autista, busca uma forma genial  de captar a essência e o universo de Eli,  o retratando através de uma série de imagens cotianas e emocionantes.
Em nome deste amor incondicional, esse pai hoje não se preocupa tanto com o diagnóstico e sim com o que realmente importa: a relação dos dois.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O poder da superação

Cada pessoa possui um grau de resiliência, ou seja, a capacidade de se recuperar de situações de crise e aprender com ela. Esta capacidade varia de acordo com a flexibilidade mental e experiência individual, dosada de otimismo...a certeza que tudo passa.
A cada situação negativa vivida, a pessoa resiliente tem a chance de recompor-se, adaptando-se e moldando-se à nova realidade, buscando atribuir sentido ao seu "sofrimento" a fim de enxergar algum benefício naquela circunstância. 
Ninguém disse que é fácil. É exercício contínuo. 
A superação faz parte da construção do ser, ser pessoa. 
Não nos damos conta do quanto somos capazes de tal proeza, porque muitas vezes valorizamos demais o sofrimento, lambendo as próprias feridas.
Viktor Frankl em seu livro "Em busca de sentido" relata sua experiência real como detento de um campo de concentração no qual descreve seu método psicoterapêutico de como encontrar em uma situação extrema,  razão para sobreviver. 
Qual o segredo? 
Foco, observação e determinação.
Talvez aí entre a lei do desapego...soltar, entregar, deixar ir, deixar partir, fluir, viver no presente, sem o peso do passado. Saber sim da nossa finitude, saber que somos passageiros, sem posses, sem medos e sem culpas.
Dar espaço ao novo requer coragem. 
Assumir responsabilidade por nossas escolhas, sem medo.
Pois os sábios já diziam: " Em todo beco sem saída existe uma passagem secreta."
Concluo que sim...somos uma possibilidade.